Paraguai Destaca-se com Mão de Obra Jovem, Qualificada e Competitiva
O Paraguai atrai investidores com uma força laboral jovem, capacitada e de baixo custo. Com 70% da população abaixo de 30 anos e o setor terciário empregando 61% da PEA, o país oferece eficiência e produtividade, especialmente para os setores imobiliário, de serviços e industrial, consolidando-se como hub competitivo na América Latina.

O Paraguai tem se consolidado como um destino estratégico para investimentos na América Latina, impulsionado por uma força laboral jovem, altamente capacitada e economicamente competitiva. Com 70% de sua população abaixo dos 30 anos e custos laborais significativamente mais baixos do que em outros países da região, o Paraguai oferece às empresas a oportunidade de operar com maior eficiência e produtividade. Essa vantagem, aliada a uma estrutura econômica diversificada e políticas de incentivo, tem atraído investidores, especialmente para os setores imobiliário, de serviços e industrial, posicionando o país como um hub competitivo no Mercado Comum do Sul (Mercosul).
Uma Força de Trabalho Jovem e Dinâmica
Com uma população econômicamente ativa (PEA) de aproximadamente 3,563 milhões de pessoas, o Paraguai apresenta um perfil demográfico jovem e promissor. Dados recentes indicam que 70% dos paraguaios têm menos de 30 anos, o que garante uma força de trabalho renovada e adaptável às demandas do mercado global. Esse fator é particularmente atraente para empresas que buscam mão de obra qualificada para projetos de longo prazo, como a construção de empreendimentos imobiliários, centros logísticos e indústrias manufatureiras.
O mercado de trabalho paraguaio é estruturado em três setores principais. O setor terciário, que abrange comércio, serviços, finanças, turismo e tecnologia, é o maior empregador, absorvendo mais de 61% da população ocupada. Esse segmento tem crescido rapidamente, impulsionado pela urbanização e pela expansão de serviços em cidades como Assunção, Ciudad del Este e Encarnación. O setor primário, que inclui agricultura, pecuária, caça e pesca, emprega 19,4% da força de trabalho, refletindo a importância do agronegócio na economia. Já o setor secundário, composto por indústrias manufatureiras e construção, responde por 19% dos empregos, com destaque para o boom imobiliário e a produção industrial voltada para exportação.
A predominância do setor terciário sinaliza uma economia em transição, com crescente demanda por profissionais qualificados em áreas como tecnologia, atendimento ao cliente e logística. A perspectiva é de fortalecimento contínuo desse setor, especialmente com a chegada de empresas estrangeiras, que, segundo a Rede Paraguaia de Investimento e Exportação (REDIEX), aumentaram em 130% nos primeiros cinco meses de 2024. Esse crescimento tem impulsionado a construção de escritórios, shoppings e condomínios, que exigem mão de obra especializada.
Competitividade e Baixo Custo
Os custos laborais no Paraguai são significativamente mais baixos do que em países vizinhos como Brasil e Argentina, o que permite às empresas reduzir despesas operacionais sem comprometer a qualidade. Por exemplo, o salário mínimo paraguaio, equivalente a cerca de US$ 400 por mês em 2024, é competitivo em relação a outros membros do Mercosul, enquanto a produtividade permanece alta devido à capacitação da força de trabalho. O governo paraguaio tem investido em programas de formação profissional, como os oferecidos pelo Serviço Nacional de Promoção Profissional (SNPP), que treinam jovens em áreas como construção, tecnologia e serviços.
A Lei 1064/97 de Maquila é um exemplo de política que aproveita a competitividade da mão de obra paraguaia. Esse regime permite que empresas estrangeiras contratem trabalhadores locais para produzir bens voltados à exportação, pagando apenas 1% de imposto sobre o valor adicionado. No setor imobiliário, a maquila beneficia indústrias que produzem materiais de construção, como cimento e pré-moldados, reduzindo custos para grandes empreendimentos. Além disso, a Lei 60/90 de Investimentos oferece isenções fiscais que atraem empresas para projetos que geram empregos, como a construção de galpões logísticos e residenciais.
Impacto no Setor Imobiliário
A mão de obra jovem e qualificada tem sido um motor para o crescimento do setor imobiliário. Projetos como condomínios de alto padrão, centros comerciais e parques industriais exigem trabalhadores capacitados em construção, engenharia e gestão de projetos, áreas nas quais o Paraguai tem se destacado. A urbanização acelerada em cidades como Assunção e Ciudad del Este, impulsionada pela integração ao Mercosul e pela proximidade com o Brasil, aumentou a demanda por habitação e infraestrutura, criando oportunidades para empreiteiras e incorporadoras.
A flexibilidade da força de trabalho também permite que o Paraguai atenda às necessidades de investidores internacionais. Por exemplo, a construção da Ponte da Integração, que conecta Foz do Iguaçu a Presidente Franco, mobilizou milhares de trabalhadores paraguaios, demonstrando a capacidade do país de suportar projetos de grande escala. Além disso, a crescente adoção de tecnologias sustentáveis na construção, como edifícios com certificação ambiental, tem atraído jovens profissionais treinados em inovação.
Respaldo de Especialistas
A competitividade da mão de obra paraguaia é reconhecida por especialistas. O economista paraguaio Carlos Fernández Valdovinos, ex-presidente do Banco Central do Paraguai, afirma: “A juventude e a capacitação da força de trabalho são ativos estratégicos que posicionam o Paraguai como um destino de investimentos eficiente”. A consultora brasileira Fernanda Almeida, do escritório Almeida & Associados, especializada em mercado de trabalho, complementa: “Os baixos custos laborais, combinados com a qualificação crescente, tornam o Paraguai ideal para setores como o imobiliário, que exigem mão de obra intensiva”.
Desafios e Oportunidades
Apesar das vantagens, o Paraguai enfrenta desafios, como a necessidade de expandir o acesso à educação técnica para atender à demanda por profissionais especializados. A desigualdade regional, com maior concentração de empregos em áreas urbanas, também requer políticas de inclusão. A evasão fiscal, estimada em 31% do IVA pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), é outro obstáculo, embora o governo esteja investindo em digitalização para combatê-la.
Para investidores imobiliários, a mão de obra paraguaia é uma oportunidade estratégica. Projetos que integram sustentabilidade ou atendem à demanda por habitação urbana podem aproveitar a eficiência e o baixo custo dos trabalhadores locais. Com a continuidade das políticas de capacitação e incentivos fiscais, o Paraguai está bem posicionado para se consolidar como um centro de investimentos na América do Sul.